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Palavras. Pá e lavra. Cultivo de ideias e ideais!

30 | 07 | 2015
Fala Diretora
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Palavras. Pá e lavra. Cultivo de ideias e ideais!

As palavras faladas não são apenas sons de fonemas. As palavras escritas não são meras letras aglutinadas. São realmente instrumentos poderosos de sentidos e significados construídos socialmente.

Quando falamos com alguém, temos uma intenção e muitas vezes quem ouve pode entender como bem lhe aprover. Assim também é a escrita.

Nossos meios midiáticos que se nutrem das palavras, povoam nosso universo com suas ideias e informações. É preciso ter bastante discernimento para poder interpretar o que é despejado sobre nossa mente, a fim de que tenhamos uma vida um pouco menos controlada por forças externas a nós. Se é que isso é possível.

A escola, seguindo esse pensamento, é a responsável mor pela educação do leitor e do ouvinte, para que saibam ler além das palavras. O leitor analfabeto funcional está por ai, sendo feito de gato e sapato.

Muitas vezes é necessário fingir que não entendemos certas mensagens. Claro! Outras vezes é imperioso que deletemos de nossas cabeças certas ideias espúrias que não ajudam, não educam e tão pouco edificam.

Nosso povo teve acesso à escola há bem pouco tempo.

Não mais do que há quatro décadas passadas, a quantidade de escolas públicas era irrisória e os meninos tinham que passar por exame de admissão para terminar o que hoje chamamos de ensino fundamental.

A democratização do ensino, entretanto, mutiplicou as escolas, mas não atendeu à demanda de conhecimento necessário para que nossos garotos tenham real poder de interpretação na leitura, na escrita e no que ouve.

Aqueles que têm mais sabedoria, filtram os meios pelos quais seus filhos podem ter acesso à liberdade cultural; oferecem aos meninos o melhor que podem e seus garotos pulam obstáculos de forma fácil e animadora. Têm livros e jornais em casa. Falam português corretamente. Levam a garotada para cinema, teatro, museus e exposições. Incentivam a moçada a aprender de tudo e cada vez mais.

Esses são os pais que, letrados corretamente, legam a sua prole o gosto pelo bem entender e conhecer. Parabéns!

Porém, triste realidade! Essa é a estrondosa minoria de nosso povo que vem se mantendo analfabetizado pelos que vêem nessa obra nefasta, uma boa chance de manipulação.

Nós educadores temos obrigação suprema de formar cada vez melhor nosso alunado, para que num futuro bem próximo possamos diminuir o tremor e o ranger de dentes.

Depois, não venham chorar o leite derramado!

 

Sonia Regina P. G. Pinheiro