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Içami , eu e Machado de Assis. Que trio!

21 | 08 | 2015
Fala Diretora
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Içami , eu e Machado de Assis. Que trio!

Conheci grandes escritores através de suas obras maravilhosas.

Alguns éramos obrigados a ler nos tempos idos de colégio. Outros, a vida foi me apresentando.

Dentre todos eles, tenho meu preferido, o Bruxo de Cosme Velho, o Machado de Assis.

No seu fantástico Memórias Póstumas de Brás Cubas, há um diálogo entre o personagem principal e a morte. Não me canso de admirar esse trecho. Primor!

Narra com clareza, própria da fina ironia do autor, a necessidade que sentimos em nos apegar à vida e a sofrer quando perdemos pessoas queridas…

Eu me vesti na pele do Machado e se pudesse teria pedido mais um pouco de vida a tantas pessoas queridas! Quimeras!

Pensei egoistamente no Içami Tiba, figura notória que eu tinha muita vontade de conhecer pessoalmente. Pena !

Imaginei quantas coisas ainda ele teria a dizer se tivesse mais alguns anos para escrever e falar de educação.

Na nossa seara existem pensadores que falam com muita lucidez o que sentem, sem estarem comprometidos com modismos e sem medo de julgamentos.

Como não admirar quem nos apresentou a geração asa de frango que somos?

Explico melhor e lembro de meus tempos de menina: em casa comíamos frango só aos domingos. Uma iguaria! Papai comia as coxas, vovô as sobrecoxas, mamãe o peito e eu o pescoço. Meus irmãos comiam as asas e outras partes menos nobres.

No passado criança era cidadão segundo plano. Era errado, mas…

Hoje, nós nos debruçamos em cima de todo o carinho que podemos dar aos nossos rebentos, comendo a asa e dando-lhes o peito e as coxas do frango.

Somos essa geração, tão bem observada pelo nosso amigo recém falecido!

Metáforas à parte, tanto desvelo e carinho muitas vezes, faz com que nos coloquemos como amigos dos filhos e nos esqueçamos de educá-los, delegando a outrem, muitas vezes à escola, essa tarefa.

Essa educação terceirizada não dá certo. A família educa e a escola forma o aluno, apresentando-lhe o conhecimento que foi acumulado pela nossa sociedade, buscando torná-lo um cidadão útil e preparado para a vida.

Nosso amigo oriental nos falou isso à exaustão. Não teve papas na língua para apontar erros, divisar caminhos possíveis e bons atalhos para educar bem nossa meninada.

Quem sabe agora não estará corrigindo os maus costumes dos anjos pequeninos e vibrando a cada vez que nós aqui, lembrando de suas palavras, nos foquemos no real papel de educadores.

Precisamos tanto que nossos garotos se tornem bons cidadãos!

Sonia R. P. G. Pinheiro