Quando ouço alguém dizer que não gosta de dar aulas para adolescentes fico triste!
Penso que essas pessoas devem ter se esquecido que também já estiveram nessa fase.
A adolescência é um período curto para a maioria das pessoas. Para outras, dura um pouco mais. Ouso dizer que há uns poucos, felizmente, que a carregam até à terceira idade!
No meu entender, nossos adolescentes de hoje e de sempre querem se sentir normais. Querem pertencer a um grupo. Quando não são aceitos nesse grupo, se estressam, se deprimem!
Se não são bem aceitos, se acham feios, gordos ou pouco inteligentes. Outros não gostam do nariz, do cabelo, da altura…. Complicado!
Lembro-me bem que quando estava no nono ano de uma escola pública noturna, minhas colegas não me deixavam participar de suas conversas. Quando eu chegava perto delas, paravam de conversar e diziam: ela é café com leite! De fato, eu era novinha perto delas. Todas já namoravam e as conversas eram sobre os encontros.
Para me juntar ao grupo, inventei um namorado. Um tal de Jorge. Foi só dar essa notícia às meninas, que fiquei popular e membro do grupo. Era um tal de me perguntar onde eu tinha ido no final de semana, se ele tinha me beijado ou não. Recorri à minha criatividade e ajuda das leituras de fotonovelas para fazer sucesso!
Essa foi uma medida diferente para não me sentir excluída, pois sei que para boa parte dos jovens que não conseguem resolver seus problemas internos, essa fase é um mergulho profundo na tristeza! Pena!
Tempo de dúvidas, de incertezas! Duvidam de tudo! Do amor do pai e da mãe. De uma vida futura feliz e próspera. Procuram pelo no ovo para viver no sofrimento. Têm ciúmes!
No entanto, é possível ganhar essa turma. Além de respeitá-los e buscar compreendê-los, é preciso amá-los. São carentes crônicos.
Conheço muitos professores que têm sucesso e plena aceitação nas suas aulas com essas turmas. São aqueles que os ouvem, os aconselham, os acarinham com sinceridade.
São aqueles que entram em sala com um sorriso, que são leves, que estão sempre preocupados com os alunos. Sabem brincar e sabem ter a atenção nos momentos de explicação da matéria.
Quando precisam falar sério ou repreender, eles têm a chave para agir muito bem!
Nossos meninos crescem e não se esquecem de quem se preocupou em ajudá-los a passar por essas águas turbulentas.
Que bons ventos soprem sempre em favor do desenvolvimento desejável dos nossos jovens!
O mundo precisa de gente sadia e confiante. Façamos o nosso melhor sempre!

Sonia Regina P. G. Pinheiro